1.2.25
13.1.25
UM NOVO CAMINHO
Me deparei com esse relato no youtube, no qual o rapaz narra sua própria história de frustração com o mercado corporativo. Interessante como ele enfrenta a opinião alheia e, ao mesmo tempo, consegue forças para perseguir o que ele chama de propósito. Desde a dificuldade de conversar sobre o assunto, o rechaço dos amigos, e o enfrentamento de um tratamento psicológico que teve como objetivo adequá-lo à situação adoecedora.
Sobre o ponto do tratamento psicológico, algumas coisas precisam ser ditas. Tem crescido cada vez mais tratamentos padronizados, baseados em protocolos universais e que se orientam por uma noção de saúde biológica, retirados do campo médico. No video em questão o rapaz narra que o tratamento tentou ajustá-lo a uma vida que ele NÃO QUERIA. Nesse caso, é muito provável que o terapeuta tenha se arrogado no direito de saber o que é melhor para o paciente, baseado num protocolo de tratamento para dificuldade no trabalho.
O fato é que, se o profissional trabalha sem um TEORIA do sujeito e da subjetividade humana, ele facilmente cai na besteira de reduzir o tratamento a um tratamento moral e adequador, do senso comum. Esquecendo de historicizar a vida do sujeito, perceber caminhos éticos próprios e incentivar processos de mudança profundos. Lamento pelo rapaz, e continuarei acompanhando seus relatos.
Seguem os vídeos:
https://youtu.be/rpxBur4mSaA?si=J9bkZ7JG8oL__5xm
Relato do tratamento psi:
11.1.25
A COMPLEXA FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO
Nos últimos anos, o campo psicológico tem sido aviltado por propagandas de formação totalmente baseadas em sucesso financeiro - marketing, lotar agenda, cobrar mais caro, etc-; vinculado a isso, temos também o fomento da propaganda no sentido de vender práticas em psicologia que se alinham a esquemas de medição, resultado e progresso; quando, não muito, isso se resume a hegemonia da serotonina em nossas vidas.
Esquecendo completamente que o objetivo principal de uma psicoterapia, são processos de MUDANÇA e não a reprodução em escala micro de ideais neoliberais, tais como metas, resultado ou mais desempenho. Considero isso um tipo de violência contra o ser humano.
Nesses 10 (dez) anos de clínica formei uma opinião de que a formação do psicólogo precisa ser honesta e tranquila. É preciso reconhecer que a insegurança e a angustia existem, mas que parte dela não pode ser eliminada ,pois ela é inerente ao nosso objeto de estudo. Mas isso não significa que ela não possa ser compartilhada numa ambiente de estudo coletivo, com seriedade e dedicação. Necessitamos reconhecer que o percurso em psicologia não é rápido nem simples, pelo contrario, é de médio a longo prazo.
Que, para se estabelecer de forma séria na psicologia, o compromisso com a comunidade é fundamental. Sendo que a critica aos modelos de subjetividade mercadológica também precisam fazer parte do estudo. Além disso o profissional precisa estar aberto para o campo de dispersão, entender qual o lugar que ele ocupa dentre as abordagens e porquê; e se esse lugar faz sendo pra ele, se isso se alinha ao seu desejo. Mas isso não implica que não reconhecemos a importância do financeiro e de não se prostituir no mercado das redes sociais.